quarta-feira, 4 de setembro de 2013

OBSERVANDO A HUMANIDADE


Tenho observado o mundo e a conclusão que chego é que essa geração alucinada tem destruído nossa capacidade de pensar... Tornamo-nos passivos... Não criticamos o veneno mortal do consumismo desenfreado... Aceitamos pacificamente a corrida pela busca do corpo perfeito, da estética, do medo de envelhecer... Prostramo-nos diante da mídia, aceitamos todas as porcarias que ela nos sugere... Aceitamos o futuro incerto, deixamos de questionar, de sonhar, de lutar, de protestar por causas nobres... Deixamos de ser emocionalmente brilhantes e nos rendemos à pobreza intelectual... As relações tornaram se áridas e a afetividade tornou se banal... Poucos são os que navegam pelo oásis dos sentimentos... Poucos são agraciados pelo dom de amar... São tantos valores distorcidos que o que sobra para o mundo e a superficialidade das ideias e das relações fragilizadas. Percebo que as pessoas estão se enchendo de coisas inúteis e se ofuscando no oceano das idiotices compartilhadas nas redes sociais. É tanto lixo poluindo nossa inteligência que chego a pensar que somos um bando de marionetes, controladas pelo sistema social. Compartilhamos tanta asneira que às vezes não nos damos conta que estamos sufocando nossa própria opinião nas sombras dos acontecimentos, deixando de pensar, de processar, de argumentar e de nos posicionar frente ao ocorrido. Apenas aceitamos... Vejo que as pessoas são felizes ao encontrar o caminho que leva ao sucesso e aos bens materiais. Percebo que o ser humano se consome de felicidade ao encontrar a fonte da juventude: nos remédios, cremes, inovações tecnológicas, cirurgias plásticas e tudo que retarda o envelhecimento. Sinto que o ser humano é feliz ao encontrar a fuga para seus problemas nas drogas, nos antidepressivos, nos livros de autoajuda, nas diversas religiões existentes e na busca dos mais diferentes deuses que o universo constituiu. Dificilmente encontro pessoas buscando a felicidade na prática de amar o próximo, na arte de ouvir, no dom de compartilhar, na habilidade de fazer amigos, na inexplicável capacidade de se doar, na atitude de ajudar o próximo, na percepção de cultivar as relações humanas. Não vejo pessoas expondo seus mais profundos sentimentos e compartilhando ideias brilhantes. Ao contrário, vejo gente copiando frases prontas e colando-as na sua própria alma, permitindo que sua vida seja um depósito de porcarias. As vezes eu penso que Deus está sentado no topo do mundo observando as atitudes da humanidade, tentando entender onde foi parar toda inteligência que Ele disponibilizou aos homens. (Rita de Cássia, setembro de 2013)
 
 

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