quarta-feira, 4 de abril de 2012

CUIDADO

Preciso ter cuidado com as minhas palavras, pois a boca sempre fala daquilo que está cheio o coração.  

Preciso ter cuidado com aquilo que eu como, pois nem tudo faz bem à minha saúde.

Preciso ter cuidado com aquilo que assisto na televisão, pois as maiorias dos programas de TV não agregam nenhum valor a minha vida.

Preciso cuidar com as coisas que peço a Deus, visto que busco estar no centro da vontade Dele e não no centro das minhas vontades.

Tenho que ter cuidado com o que busco, para que eu não corra atrás do vento.

Tenho que cuidar como gasto o meu tempo, visto que posso estar vivendo meus últimos 10 minutos de vida.

Tenho que cuidar como gasto o meu dinheiro, visto que posso precisar muito dele no futuro.

Tenho que tomar cuidado para não adoecer a minha mente, permitindo que ela absorva o vírus da sociedade moderna.

Tenho que tomar cuidado com as decisões que podem destruir a minha vida, visto que uma decisão errada pode consumir a minha vida em um curto espaço de tempo.

Tenho que tomar cuidado para não perder a medida, pois essa medida me proporciona equilíbrio para conduzir a minha vida nas muitas adversidades.

Tenho que tomar cuidado com os paradoxos. As diferenças distintas às vezes assustam!

Tenho que tomar cuidado para não jogar sobre os ombros de outras pessoas as minhas próprias impossibilidades, culpando os outros pelos meus fracassos, não assumindo a minha condição humana.

Tenho que cuidar para não jogar os lixos da minha vida embaixo do tapete do tempo, não tratando as feridas, mas permitindo que elas se transformem em um câncer.

Tenho que cuidar para que os problemas e as dificuldades não transformem o meu humor e o meu caráter, mas devo manter-me integra diante das adversidades.

Tenho que tomar cuidado para não espantar todo o vazio da minha vida, pois em diversos momentos eu precisei ouvir a orientação do silêncio.

Tenho que tomar cuidado para não desprender-me da minha condição de humana, voltando sempre meus olhos para um Deus maior.

Tenho que cuidar com a claridade do dia, pois ela pode ofuscar os meus olhos de enxergar aquilo que eu me torno às noites.

Tenho que tomar cuidado para não me tornar indiferente ao sofrimento humano, frente ao costume de acompanhar tantas desgraças.

Tenho que tomar o cuidado com a flacidez das informações. Elas podem apodrecer a minha alma sem que eu alcance o amadurecimento necessário para entender os fatos.

Tenho que tomar cuidado com os medos não tratados. Eles podem aprisionar a minha vida, em uma ilha onde meus gemidos já não serão mais ouvidos.

Tenho que tomar cuidado com o desrespeito ao meu próximo, porque as diferenças da humanidade são importantes para conjugarmos as nossas semelhanças.

Tenho que cuidar para não matar a minha alma, pois a marca da minha vulnerabilidade está na morte, que será certa e não posso negar essa condição.

A única coisa que me resta é cuidar das minhas escolhas, pois não pretendo romper a minha relação com a vida, nem desaparecer subtamente da face da terra.
Rita de Cássia Rodrigues (04/04/2012).

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